Atividade 12 - Paixões e Psicanálise
Freud sempre considerou
o ser humano como parte de uma natureza, estando este, então, sujeito as mesmas
leis e causas naturais que governam qualquer outro ser vivo. Assim, para tal
comportamento emitido pelos indivíduos, haveria uma causa natural que o
desencadeasse, fosse esse comportamento saudável ou patológico.
Lembremos que Freud era
neurologista e que tencionava explicar toda a gama de comportamentos humanos
através dos estudos e pesquisas dos neurônios. Prosseguindo nesta direção,
Freud demonstra que estímulos percorrem os neurônios do sistema nervoso e que
estes estímulos procuram escoar-se e, também, reservar uma quota mínima a fim
de manter seu nível constante. Todo esse processo de escoamento, retenção e
conservação de estímulos pelos neurônios tem como função controlar o princípio
de prazer e, consequentemente, guiar os sujeitos em suas necessidades de vida.
Atentemos ao fato que
Freud constantemente fala sobre quantidades de estímulos, o que deixa claro a
função quantitativa do sistema nervoso. Deste modo funções como a percepção e
recordação são exercidas. Apesar de a explicação quantitativa demonstrar como
certas atividades são exercidas pelo organismo, ela não dá conta de elucidar as
verdadeiras motivações de nossas ações e outros comportamentos. Isto obriga
Freud a reconhecer um ponto de vista qualitativo também existente no
funcionamento e constituição das funções mentais e psíquicas.
Mais adiante em seus
trabalhos, Freud compreende que muitos dos comportamentos patológicos de seus
pacientes estariam além da mera intensidade e quantidade variáveis de
estímulos. Haveria algo mais na psique humana que precisava ser investigado;
algo de teor qualitativo que exigia atenção fora do campo da consciência.
Embora concordasse com pensadores como Condillac a respeito de alguns processos
sensoriais e como estes interferem nas produções mentais dos sujeitos, Freud dá
um passo muito importante com relação a processos inconscientes que ocorrem na
vida mental de todos nós. Longe de serem coisas fora da compreensão humana, o
pai da psicanálise se esforça para demonstrar como tais processos seguem
determinadas leis estabelecidas pela psique, sendo, portanto, uma atividade de
cunho natural na constituição dos indivíduos. Mais tarde teorias seriam
elaboradas com respeito ao aparelho psíquico e sua relação inconsciente de
obtenção de prazer e, consequentemente, o evitar de seu oposto, o desprazer. Tal
elucidação seria de grande importância para explicar determinados
comportamentos e motivações realizados pelos seres humanos.
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