segunda-feira, 5 de março de 2018



Atividade 12 - Paixões e Psicanálise

Freud sempre considerou o ser humano como parte de uma natureza, estando este, então, sujeito as mesmas leis e causas naturais que governam qualquer outro ser vivo. Assim, para tal comportamento emitido pelos indivíduos, haveria uma causa natural que o desencadeasse, fosse esse comportamento saudável ou patológico.

Lembremos que Freud era neurologista e que tencionava explicar toda a gama de comportamentos humanos através dos estudos e pesquisas dos neurônios. Prosseguindo nesta direção, Freud demonstra que estímulos percorrem os neurônios do sistema nervoso e que estes estímulos procuram escoar-se e, também, reservar uma quota mínima a fim de manter seu nível constante. Todo esse processo de escoamento, retenção e conservação de estímulos pelos neurônios tem como função controlar o princípio de prazer e, consequentemente, guiar os sujeitos em suas necessidades de vida.

Atentemos ao fato que Freud constantemente fala sobre quantidades de estímulos, o que deixa claro a função quantitativa do sistema nervoso. Deste modo funções como a percepção e recordação são exercidas. Apesar de a explicação quantitativa demonstrar como certas atividades são exercidas pelo organismo, ela não dá conta de elucidar as verdadeiras motivações de nossas ações e outros comportamentos. Isto obriga Freud a reconhecer um ponto de vista qualitativo também existente no funcionamento e constituição das funções mentais e psíquicas.

Mais adiante em seus trabalhos, Freud compreende que muitos dos comportamentos patológicos de seus pacientes estariam além da mera intensidade e quantidade variáveis de estímulos. Haveria algo mais na psique humana que precisava ser investigado; algo de teor qualitativo que exigia atenção fora do campo da consciência. Embora concordasse com pensadores como Condillac a respeito de alguns processos sensoriais e como estes interferem nas produções mentais dos sujeitos, Freud dá um passo muito importante com relação a processos inconscientes que ocorrem na vida mental de todos nós. Longe de serem coisas fora da compreensão humana, o pai da psicanálise se esforça para demonstrar como tais processos seguem determinadas leis estabelecidas pela psique, sendo, portanto, uma atividade de cunho natural na constituição dos indivíduos. Mais tarde teorias seriam elaboradas com respeito ao aparelho psíquico e sua relação inconsciente de obtenção de prazer e, consequentemente, o evitar de seu oposto, o desprazer. Tal elucidação seria de grande importância para explicar determinados comportamentos e motivações realizados pelos seres humanos.

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